Criando Navios a Vela para GURPS

INICIATIVA GURPSEsse é um post da INICIATIVA GURPS! Esses posts são sempre conjuntos, temáticos e periódicos. Assim, de 15 em 15 dias, você pode conferir a visão de vários autores sobre um mesmo assunto.

O tema desta edição da INICIATIVA GURPS é PIRATAS!

Lembre que se um pirata estiver em apuros numa cidade e estando impossibilitado de chegar até sua embarcação ele pode também roubar um destes navios num momento de necessidade porém tenha em consideração que um navio precisa ter uma tripulação mínima para ser navegado!

Existem vários tipos de navios a vela, estes geralmente podem ser distinguidos por seus cordames, casco, quilha ou pelo número de mastros. A seguir temos uma pequena lista de diferentes tipos de embarcações:

  • Barca, (de pelo menos três mastros)
  • Escuna
  • Saveiro
  • Brigue (dois mastros velas quadradas)
  • Bergantin (dois mastros)
  • Caravela
  • Nau
  • Veleiro
  • Corveta
  • Cortador
  • Dhow
  • Vela ligeira, geralmente um mastro
  • Fragata
  • Filibote
  • Galeão
  • Navio de linha  ou Nau de linha

Os navios a vela são tão complexos que fica difícil colocar todos em um único livro… imagina então num único post de um blog? Nem pensar… Existem milhares de tipos de embarcações com milhares de variações. Aqui pretendo abordar as diretrizes apresentadas no suplemento GURPS Swashbuckler terceira edição da Steve Jackson Games (que pra variar não existe tradução em português). Sendo assim todas as embarcações serão feitas tendo em vista a Era de Ouro da Pirataria 1650-1725.

Se você quiser usar estes navios na era Napoleônica faça as seguintes alterações:

  • Tamanho do navio: aumente em 25-50%;
  • Velocidade: aumente em 20%;
  • Número de convés para canhões: +1 ou + 2.

Se você quiser adaptar os navios para a época da Rainha Elizabeth faça as seguintes alterações:

  • Número e tamanho dos canhões: reduza em 25-40%;
  • Velocidade: reduza em 10- 20%;
  • Eles provavelmente não terão convés para canhões e não terão um bailéu (Pavimento parcial, abaixo do último pavimento contínuo, onde se instalam paióis e outros compartimentos semelhantes de um navio).
  • Não existem navios de guerra reforçados.

Para adaptar os navios para cenários medievais ou de fantasia medieval realize os seguinte ajustes:

  • Retire os canhões;
  • Tamanho dos navios: reduza em 10-20%;
  • Velocidade: reduza em 10- 20%.
  • Adicione castelos de proa e popa mais elevados para arqueiros.
  • Menos de 5% dos navios terão um bailéu.

Função de um Navio

A função principal de um navio depende de vários fatores como tamanho, tipo, e velocidade. Um navio que navega pela costa pra realizar comércio entre cidades próximas provavelmente será menor do que um Navio mercante que cruza os oceanos Pacífico e Atlântico com regularidade.

Os navios de guerra podem ser de vários tamanhos. Aqueles construídos para esmagar outros navios de guerra são grandes e robustos. Aqueles feitos para perseguir piratas são menores, polidos e rápidos. Navios que são utilizados como despachante de informações para diferentes frotas ou para o país de origem são construídos para serem velozes e carregam poucos canhões. Após 1607, embarcações que são construídas para guerrear possuem mastros, cascos e convés reforçados e preparados para suportar o recuo de vários canhões. Com todo este peso extra os navios maiores tendem a serem lentos como os navios mercantes de longas distâncias.

Existem poucos navios construídos especificamente para serem navios piratas, mas alguns são construídos para serem usados por corsários, os quais servem para o mesmo objetivo. No entanto, muitos piratas irão roubar o primeiro navio que aparecer abandonando-o logo que uma embarcação melhor estiver em suas mãos.

Quantos mastros o navio tem?

Você viu a pequena lista de nome de embarcações acima. Porém para aqueles que não gostam de tantos detalhes sobre tipos de embarcações e seus nomes o GURPS Swashbuckler simplifica para você: ele separa as embarcações em três tipos. De uma maneira geral, os navios podem ser classificados pelo numero de mastros que eles possuem. Durante os séculos XVII e XVIII, a grande maioria das embarcações possuía um, dois ou três mastros. Em cada uma destas categorias tínhamos pelo menos algumas dúzias de tipos. Os navios de um mastro recebem os nomes de Corveta, Cortador, Vela Ligeira entre outras centenas de nomes. Os navios de dois mastros incluem as escunas, os Brigues e os Bergantin. Os navios de três mastros ou mais incluem os galeões, as fragatas e outros navios de linha. Neste contexto temos:

Navios de um mastro: Corveta são pequenas, com apenas um mastro e uma vela triangular. Elas geralmente não navegam mais do que duas semanas longe da costa. Algumas Corvetas são maiores com mais de 20 jardas (18.5 metros) de comprimento. As Corvetas são muito populares entre os piratas. Elas são rápidas, de boa manobrabilidade e conseguem carregar uma quantidade suficiente de canhões necessária para a pirataria. Além disso, elas possuem um calado raso que permite passar por recifes pelos quais os navios de guerra não podem segui-los. Grandes Corvetas podem se aventurar através dos oceanos, mas não com uma grande tripulação de piratas. O número máximo de armas que uma grande Corveta pode carregar é em torno de 20, sendo que a maioria carrega menos de 10. A razão entre o comprimento e a viga mestra é de 4 para 1, sendo que Corvetas mais lentas esta razão é de 3 ½ para 1.

Navios de dois mastros: A maioria dos Brigues são embarcações maiores, espaçosas e lentas. Algumas, no entanto são velozes, famosas como perseguidoras de piratas. Se uma brigue consegue carregar provisões suficientes ela pode cruzar oceanos. O navio do episódio da revolta do Chá de Boston era uma Bergantin que viajava freqüentemente entre a Inglaterra, Índia e Boston. Ela tinha 35 jardas (32 m) de comprimento. Brigues podem carregar até 40 canhões, porém só as de guerra terão esta quantidade. A razão entre o comprimento e a viga mestra é de aproximadamente 3 para 1 ou até 3 ½ para 1.

Navios de três mastros: Existem vários tipos de navios de 3 mastros. Eles variam consideravelmente de tamanho, podendo ser um pouco maiores que uma Corveta até os maiores navios a vela conhecidos. Eles podem servir a diversos propósitos como transporte de passageiros, transporte de cargas ou guerra. A maioria dos navios de passageiros do século XVII são essencialmente navios de carga. Alguns são navios normais com algum número de cabines extras, mas geralmente utiliza-se o espaço do convés para dormir sem nenhum tipo de modificação. Os navios mercantes possuem as piores linhas e velocidades  3 a 1 no Maximo. Navios de Guerra possuem linhas um pouco melhores 3 ½ a 1, mas não são muito mais velozes devido ao peso extra que carregam

O tamanho geralmente é dado em tonelada e em pés e traduzido aqui metros. Tonelada refere a capacidade de carga, enquanto as dimensões lineares se referem ao convés principal

tabela 1


Calado e Borda Livre

Calado é a distancia entre a linha da água e a parte mais baixa do navio – a quilha. A borda livre é a distância entre a linha da água e o convés principal – a distancia que a água tem que percorrer antes de salpicar no navio.

Muito pouco calado significa que o navio está muito pesado e propenso a naufragar. Muito pouca borda livre significa que o navio tomará muita água, mesmo em mares moderados. Para cada navio a soma do calado com a borda livre é uma constante, se você aumenta uma das variáveis você descresse a outra. O calado usual de uma embarcação assume que ela está totalmente carregada.  Não haverá muita variação no calado de uma embarcação pequena se esta estiver vazia ou carregada. Embarcações grandes terão uma diferença de até 2.74 m (9 pés) entre vazio e totalmente carregado. Um navio médio do século XVII tem aproximadamente 1,5 a 1,83 m (5 a 6 pés) entre o calado vazio e o totalmente carregado. Esta diferença pode fazer a diferença entre a vida e a morte após uma batalha. Um grande buraco no casco pode estar abaixo da linha de água a principio, mas se desfazer de canhões e da carga pode transferi-lo para uma posição menos prejudicial. Uma embarcação maior, também pode abrir caminho sobre um recife diminuindo a sua carga.

O menor calado para uma embarcação navegando no oceano é de 2,13 m (7 pés). A maioria das Corvetas possui um calado de 2.13 a 2,7 m (7 a 9 pés) e os maiores entre 2,4 a 3.4 m (8 e 11 pés). Brigues possuem calados de 3,7 a 6,1 m(12 a 20 pés), com média de 4,9 m (16 pés). Navios possuem calados de 4,9 a 7,6 m (16 a 25 pés), ou até mais para os enormes navios de guerra da era Napoleônica. Em media navios possuem 5,8 a 6,1  m (19 a 20 pés). Corvetas piratas adoram rodear recifes de grandes dimensões por apenas alguns metros de distancia, assim elas podem atacar e escapar se forem perseguidas por Navios de guerra. Piratas também adoram uma região de ilhas onde apenas alguns canais estreitos possuem profundidade para navegar, Um capitão que não possua familiaridade com estas águas teria que rastejar usando linhas de conduzir. Os navios holandeses possuem calados mais rasos do que a de outras nações. Isto acontece por causa da profundidade do Mar do Norte ao longo da costa Holandesa. Por isso, os portos Holandeses não possuem portos profundos. Assim os navios holandeses tendem a ser menos profundos que navios ingleses, espanhóis e franceses e conseqüentemente um pouco mais lentos.

Para simplificar a borda livre pode se igualar com o calado. Na realidade deve ser 25% a menos que o calado. A menor borda livre de uma embarcação oceânica é de aproximadamente 1,22 m (4 pés). A maioria das Corvetas possui uma borda livre de 1,5 a 2,44 (5 a 8 pés). A mesma proporção é verdadeira para embarcações maiores. A borda livre é a distacia que um nadador terá que escalar para alcançar o convés do navio.

Velocidade e custo

A velocidade varia consideravelmente até para navios do mesmo tipo e tamanho. Na Era de Ouro da Pirataria a construção de navios ainda não evolui para uma ciência precisa. Por isso, um ângulo perdido por apenas alguns graus pode reduzir a velocidade de um projeto de um navio bem planejado. Construtores de navio tentam copiar as linhas de um navio veloz, mas a ausência de aparelhos de medidas precisos (particularmente aqueles desenvolvidos para medir ângulos) significa que o sucesso da construção é incerto.

As velocidades médias e máximas são dadas a seguir, porém salientamos que estes valores não são exatos porque registros dos valores de velocidades dos navios antes de 1720 não estão disponíveis.

Estes valores podem ser usados para se calcular o tempo de navegação.

tabela 2

O custo apresentado na tabela inclui as velas e os cordames, mas não incluem os canhões ou provisões Se um navio é reforçado para suportar o recuo (coice) do canhão adicione 20% do custo. Depois de 1607 qualquer navio construído para guerra será reforçado. Canhões podem ser utilizados por navios não reforçados, porém isto reduz a vida útil da embarcação. A Velocidade apresentada esta em Km/h e em milhas por hora (mph), velejando com vendo a um quarto. Esta deveria estar em nós (milhas náuticas por hora), mas é mais fácil converter mph em jardas por segundo, 12 nós equivale a 14 mph (22,5 Km/h) que é um movimento de GURPS de 7. A velocidade média presume carga normal (navios mercantes devem ser mais rápidos se tiverem carregando menos) e condições de vento normais, uma brisa moderada a leve.

A velocidade máxima assume condições idéias de vento para velocidade (não necessariamente segura) uma brisa forte a um vendaval moderado. Embarcações perdem muitas escolhas de direção em ventos mais forte que estes. Claro que algumas brisas podem ser tão leves que mal movimentarão o navio.

A relação do vendo com a direção da embarcação é crucial para navios a vela. A maioria dos navios pode navegar no vento de acordo com o quadro a seguir:

direcao vento cópia

tabela 3

Estes números são grosseiros e embarcações individuais podem variar de forma considerável. O Mestre de jogo pode permitir variações mínimas na velocidade rolando os dados na tabela seguinte quando o navio for construído. Isto deve ser feito uma única vez para o barco como um todo, ou pode ser feito para cada direção do vento. Aumento na velocidade aumenta o preço da embarcação em 20% por mph, enquanto redução na velocidade diminui o custo da embarcação na mesma proporção.

tabela 4

Manobrabilidade

A manobrabilidade pode ser definida como um navio responde a mudanças de curso. Quanto mais manobrabilidade tiver uma embarcação, mais efetivamente ela poderá utilizar seu armamento em combate, ela também será capaz de evitar o armamento inimigo, e poderá se posicionar melhor para abordar ou evitar uma abordagem do inimigo.

Quanto menor o valor da manobrabilidade melhor o navio se comporta (e mais caro o navio custa). O valor de manobrabilidade pode ser definido pelo Mestre do Jogo ou rolado aleatoriamente (role um dado). Este número deverá ser subtraído da pericia do navegador quando ele tentar manobras muito difíceis, como lidar com uma serie de recifes ou acessar um canal rio acima. Este valor também deve ser utilizado durante combate entre embarcações.

A manobrabilidade também se refere a quão próximo ao vento, um navio pode navegar. Navegar perto do vento significa o quão perto do vento um navio pode ir – isto varia de 40 a 70 graus. Depois de navegar 32.2 Km/h (20 milhas) a barlavento, um navio que pode navegar 40 graus barlavento estará 4 minutos a frente de uma embarcação de mesma velocidade que só pode navegar a 50 graus barlavento. Sendo assim, dependendo da direção de viagem, uma embarcação a barlavento pode ultrapassar um navio mais veloz. Quanto menor uma embarcação, geralmente mais eficiente em navegar a barlavento ela é, porém em aguar turbulentas isso se equilibra.

Tonelagem

A quantidade de carga, canhões e o tamanho da tripulação são determinados pela Tonelagem de uma embarcação. Pessoal e sua bagagem pessoal equivalem em peso a 91 kg (200 libras) ou uma tonelada para cada 10 pessoas. Canhões pesam 200 vezes o peso da bala. Pólvora e a bala para cada rodada pesa 1,5 x o peso da bala. Provisões pesam 5,4 Kg (12 libras) por pessoa por dia. Some todos os pesos da tripulação, das provisões e dos canhões (com suas munições) e subtraia da tonelagem da embarcação. O resultado é a quantidade de carga que uma embarcação pode carregar. Este é o motivo pelo qual mercadores preferem não carregar tantos soldados ou canhões (além dos salários e dos custos). Este também é o motivo porque tantos navios piratas e corsários capturam navios levando-os para os portos com sua carga completa, ao invés de tentar carregar seu próprio navio com o saque.

Navios podem ser alugados, com base na sua tonelagem, a taxa comumente utilizada é de 50$ por tonelada. Este valor é para uma viagem transatlântica que dura entre 3 a 4 meses. Sendo assim uma Corveta de 100 tonelada pode ser alugada por $ 5000,00. Se poucos navios estiverem disponíveis para serem alugados o preço pode aumentar. Ele também pode aumentar para viagens mais longas ou arriscadas. O dono do navio geralmente provê o capitação o mestre de navegação e o contra-mestre, mas o contratante deve pagar os salários da tripulação. Alugar uma embarcação sem o pessoal do proprietário a bordo exige o deposito de uma alta quantia como seguro.

Poder de Fogo

Nesta parte vou manter os pesos em libras e colocar o peso em Kg como referência entre parênteses. Decidi isto porque os cálculos de poder de fogo são todos feitos baseados na libra o que dificultaria comparar o poder de fogo de navios criados por você e algum material em inglês.

O poder de fogo pode ser determinado pelo calculo do peso total do armamento de um dos lados do navio. Canhões de navios são dados em libras, uma arma de 10 libras (4,5 Kg) atira uma bala que pesa 10 libras (4,5 Kg) e o canhão pesa 2000 libras (908 Kg). Quando o navio é construído, determine a taxa de poder de fogo e registre junto com a velocidade do navio, sua manobrabilidade e dimensões. A taxa de poder e fogo de uma embarcação é a metade do peso total da artilharia desta embarcação. Para determinar o poder de fogo de um navio, assuma que um dos lados do navio contém metade dos canhões do navio, apesar de que na realidade existem os canhões de proa e de popa. Se um navio consegue manobrar e ficar entre dois inimigos e possui homens suficientes para disparar todos os seus canhões de uma vez seu poder de fogo será a soma dos dois lados. Além disso, os tiros do inimigo que errarem o alvo poderão atingir o outro navio inimigo.

O Mestre do Jogo deve determinar a quantidade e o tamanho da artilharia que uma embarcação esta carregando. No geral Corvetas carregam de 10 a 20 canhões, comumente de 9 libras (4,1 Kg). Então uma Corveta carregando 18 canhões de 9 libras (4,1 Kg) possui um poder de fogo lateral (81 libras), então sua taxa de poder de fogo é de 81 (18 canhões/2 = 9canhões de cada lado x balas de 9 libras = 81). Navios mercantes não carregam muitos canhões, 8 a 16 para os menores e 10 a 30 para os maiores. Os Navios mercantes da Companhia das Índias Orientais eram uma exceção, eles eram navios enormes que carregavam até 50 canhões. Estes variam entre 9 (4,1 Kg) libras e 16 (7,3 Kg) libras e as vezes até alguns de 24 libras (11,0 Kg). Sendo assim um navio da Companhia das Índias Orientais poderia ter uma taxa de poder de fogo de 400 ou mais.

Os galeões Espanhóis da época da Rainha Elizabete geralmente possuíam 28 canhões: 4 de 24 libras, 4 de 18 libras (8,2 Kg), 10 de 10 libras (4,5 Kg) e 10 de 7 libras (3,2 Kg). Isto conferia um poder de fogo de 338 libras com uma taxa de poder de fogo de 169.

Os galeões da época da guerra Anglo-Holandesa no final do século XVII (e da Era de Ouro da Pirataria) os grandes navios de guerra carregavam mais de 50 canhões, com uma taxa de poder de fogo de 400 ou mais. Enquanto na época do Napoleão, os menores navios de guerra (fragatas) cada uma possuía uma taxa de poder de fogo de 300 ou mais, e os maiores navios de linha tinham mais de 700!

Custo e peso da artilharia

Armas navais de bronze custam $4000 por tonelada. Isto inclui o custo com transporte, montagem e operação do equipamento. O Armamento naval é mais pesado do que os seus análogos de terra (já que estes não precisam ser rebocados por cavalos por ai), uma arma de artilharia pesa 200 vezes o peso de seu tiro. Uma arma que atira uma bala que pesa 12 libras (5,5 Kg) pesa 2,5 toneladas e custa $ 10000,00. Um armamento portátil não possui carruagem com rodas e são mais leves. Elas pesam 50 vezes o peso de seu tiro e custa $3 a libra. As armas portáteis mais pesadas são as de 3 libras (1,4 Kg).

Munição: uma arma usa metade do peso do tiro em pólvora para cada tiro. Assim, uma 12 libras (5,5 Kg) precisa de 6 libras (2,7 Kg) de pólvora, uma 3 libras (1,4 Kg) precisa de 1.5 libra (0,4 Kg). O preço normal da munição é $ 1 por libra (0,45 Kg) do tiro e $2 por pólvora. Porém este preço pode ser flutuante se os espanhóis tiverem chegando e você for o alvo.

Tiros individuais de canhões

Os jogadores poderão tentar tiros individuais de canhões em vários alvos. Canhões navais são mirados como as armas menores. Ferimento pessoal por uma bala de canhão pode ser considerado um dano muito extenso e seus efeitos ficam a cargo do Mestre de Jogo. Tiros na cabeça ou no tronco geralmente levam a morte e tiros em membros provavelmente levarão a amputação do mesmo. Determinar o dano de um único tiro e uma embarcação grande é muito difícil e o Mestre do Jogo deve usar a intuição. Um único tiro contra uma embarcação de grande porte não causará dano suficiente para afundar a embarcação. O mestre do jogo pode determinar qual será as reações do NPC´s , ou jogar os dados e comparar com a tabela de reações. Geralmente um único tiro contra um navio ou um forte pode ser considerado um tiro de alerta.

Por outro lado um tiro de 3 libras (1.4 Kg) ou maior pode afundar um bote grande. Um tiro deste calibre também pode danificar seriamente uma casa comum. No entanto, navios não podem atirar em algo menor do que um bote a menos do que 14 metros de distancia da embarcação – isto acontece porque o ângulo que seria necessário não pode ser acessado. Uma exceção a isso são as armas de fogo portáteis que são montadas no tombadilho e no castelo de proa. Estas podem ser usadas como armas contra pessoas (por exemplo, para repelir abordagens). Nem todos os navios possuem estas armas, mas os que a possuem geralmente estão armados com duas ou quatro. Dois tiros desta armas portáteis é capaz de afundar um bote grande e apenas um tiro para afundar um bote pequeno ou uma canoa. Quando estas armas forem usadas contra um navio trate-as como um canhão de 1 libra (0.5 quilos). A seguir apresentamos uma tabela com os canhões navais segundo o peso (em libras) de suas balas (material adaptado do Gurps High Tech 3 edição).

tabela 5

Na Era de Ouro da pirataria a grande parte dos navios de guerra pertenciam as grandes nações Européias em vista do enorme custo de produção e de manutenção destas embarcações. Alguns navios e fortes desta época ficaram famosos por possuírem canhões únicos. Por isso fica a vontade para criar seus canhões históricos com pequenas mudanças nos valores apresentados na tabela. Tenha em mente que um canhão notável mais comum seja aquele que cause um dano maior do que o esperado. Porém um canhão também pode se tornar famoso por ter uma capacidade de alcance extraordinária ou ser mais preciso do que os seus análogos. Como a construção de navios do século XVI a XVIII não era muito precisa, assuma que as fabricações dos canhões também não eram.

Os canhões de fortes geralmente serão mais leves e podem até existir canhões de libras maiores do que apresentados aqui.

Defesas e Pontos de vida

No calor da batalha naval, por mais que o vento ajude e que o navegador faça seu melhor não tem como evitar todos os canhões inimigos. Nestas horas as embarcações contam com a rigidez do seu casco, o quando de dano a estrutura é capaz de suportar e sorte! A próxima tabela traz os valores de RD e os PVs das embarcações!

tabela-RD

Depois de 1607 todas as embarcações de guerra são reforçadas. Neste caso você deve usar a RD da coluna intitulada Reforçado. O custo da embarcação deve sofrer um acréscimo de 20% do valor inicial. Os mastros também são reforçados, assim como o convés de canhões. Para aqueles que gostam de mais detalhes a tabela seguinte traz uma sugestão para  calcular a RD e os pontos de vida de partes especificas das embarcações como mastros, proa, popa e casco da embarcação.

tabela-RD2

Tripulação

O Quanto maior a embarcação, mais marinheiros serão necessários. Um navio de batalha precisa de uma tripulação muito maior para manipular os canhões, realizar reparos no navio e repor as baixas. Corvetas pequenas podem ser operadas por três pessoas, embora seja mais comum que a tripulação mínima para este tipo de embarcação seja entre 6 e 10 pessoas.Uma Corveta pequena é capaz de acomodar até 40 pessoas e geralmente os navios piratas zarpam com a capacidade máxima dos portos. Note que com a tripulação máxima apenas poucos canhões e poucas provisões podem ser levadas a bordo. Corvetas grandes requerem um mínimo de 6 marinheiros, porém com 10 é menos estressante. Elas podem carregar até 100 pessoas. Um Brigue pode ser tripulado por 10 pessoas e raramente possui uma tripulação maior do que 30 se for usada para transporte de mercadorias. Os navios mercantes requerem em torno de 15 a 20 marinheiros e raramente carregam mais de 50 pessoas. Os navios de guerra carregam mais homens do que o mínimo necessário para operar o navio. Isto ocorre não só porque baixas são esperadas, mas porque muitos homens são necessários para manusear o armamento, operar as bombas, servirem como fuzileiros navais, atuarem como mensageiros no calor da batalha, limpar os escombros, apagar incêndios, reparar danos, carregar os feridos, etc. Um pequeno navio de guerra pode ser operado com 20 homens se necessário, porém, usualmente carrega de 100 a 200 homens. Grandes navios de guerra podem ser operados por 30 homens em situações de emergência, mas geralmente carregam 400 homens.

A tabela a seguir apresenta a tripulação mínima, usual e máxima da maioria das embarcações. Os valores usuais e máximos não são absolutos podendo variar. Para navios da era napoleônica aumente em até 20% a população máxima já que estes navios são maiores.

tabela 6

Uma tripulação espera ser paga e pode se amotinar se não houver dinheiro para pagá-los. Piratas podem votar a saída de um capitão que não os prove com uma presa adequada. Faça uma rolagem com uma penalidade de -3 para determinar a reação de uma tripulação que não foi paga. Uma reação ruim ou pior significa motim. Uma pequena porcentagem do salário (aproximadamente 10%) deve ser paga antes de zarpar e o restante deve ser pago no final da viagem.

Mosquetes e Pistolas para uso individuais

Segue abaixo armamento de fogo individual para você poder equipar seus piratas, capitães e marinheiros (este equipamentos foram adaptados do Gurps High Tech 3 edição).

tabela 7

tabela 8

Layout de uma embarcação

Uma embarcação grande possui pelo menos de 2 a 3 conveses. O convés principal é o convés mais alto e compreendem todo o comprimento do navio – os botes do navio estão guardados aqui, aninhados. Acima existe o tombadilho para popa (atrás) e um castelo de proa (à frente). Um navio grande possui um tombadilho superior acima do tombadilho. Abaixo do convés principal é o convés de armas e abaixo é o bailéu. Embarcações pequenas não possuem convés de armas e embarcações muito pequenas não terão nem bailéu. Embarcações maiores podem ter dois conveses de armas. O bailéu fica em torno do nível da água e não possui nenhuma escotilha ou portinhola para entrada de luz ou ar. O bailéu é sombrio, fedorento e insalubre – um bom lugar para prisioneiros. Abaixo do bailéu está o porão, onde a carga, as balas, cordas, as velas, vergas, mastros sobressalentes, a comida e a água são armazenadas. Ninguém gostaria de ficar lá embaixo por muito tempo. No entanto, tanto o bailéu quanto o porão possuem pequenos cantos e recantos onde pessoas que não se preocupam com seu ambiente podem se esconder por longos períodos de tempo. Existem vários lugares para se esconder: caixas, barris, sacos, lonas e mastros, cordas, baús de tesouro, barris de pólvora, balas de canhão, etc.

Toda a quilha do navio é forrada com lastro (lingotes de ferro, pedras, cascalho, e areia são os lastros mais comuns) para ajudar a manter o navio na vertical. A carga mais pesada é estocada ao longo do centro da embarcação próximo do casco – um navio com um topo muito pesado é perigoso. As áreas em torno do casco do porão, onde as costelas do navio se juntam com a quilha, acumulam a água de infiltrações, de vazamentos, das chuvas e das ondas, juntamente com diversas doenças que os ratos carregam. A água estagnada geralmente é retirada por canos através de bombas. Esta drenagem da água é uma tarefa diária. Se por um acaso a embarcação levar um tiro de canhão no casco os canos podem se romper e as bombas ficarão paradas até que o carpinteiro as conserte.

O convés mais baixo geralmente não é muito alto, a maioria dos conveses inferiores possuem aproximadamente 5 pés (1,52 m) de pé direito. Isso significa que lutadores de alta estatura lutando em convés terão que assumir a posição agachada.

A cabine do capitão e as cabines dos convidados ficam na popa do navio. Os ventos vêem de traz, e todos os odores da área dos marinheiros são lançados para a proa. As cabines ficam o mais alto possível, para permitir a máxima iluminação e a circulação do ar. Os quartos dos oficiais ficam abaixo e o resto da tripulação dorme em redes penduradas no convés de armas. Geralmente estas redes são removidas antes das batalhas.

Existe pelo menos um cabrestante – geralmente dois – para levantar a âncora e mover grande peso. Os navios podem ser facilmente carregados através de roldanas e guinchos localizados em vários locais. O cabestrante também é usado com freqüência para carregar ou descarregar cargas e armamentos.

A cozinha do navio fica localizada perto do centro do navio no bailéu. Ela nunca é acessa quanto o tempo esta ruim por causa do risco de incêndio. O paiol nunca fica perto da cozinha.

O mastro principal no meio de uma embarcação de três mastros é o maior. Em navios grandes ele possui três seções e o topo de cada seção é estabilizado pelas mortalhas.

Içar as velas em uma embarcação de grande porte requer no mínimo 6 homens no alto dos mastros de uma vez. Antes de um combate navios de guerra espalham redes abaixo do convés, sobre as quais os homens podem andar com facilidade. Elas serão capazes de capturar pessoas que caem, prevenindo ferimentos. Redes também podem ser colocadas por todo um lado do navio, ligadas as mortalhas para repelir abordagens. Canhões são encontrados no convés de armas e também no convés principal. As armas mais pesadas estão embaixo. A proa e o tombadilho possuem as armas mais leves

Exemplos de navios construídos a partir desta regras podem ser visualizados em outros post da iniciativa. Chamo atenção para os exemplos de galões do post sobre os galeões que usará o material produzido aqui.

Carvela para GURPS

Galeão para GURPS

Nota do autor: Apesar deste post utilizar como principal referência os suplementos GURPS Swashbuckler e GURPS High Tech, ambos da 3ª edição as estatísticas apresentadas em tabelas foram adaptadas para 4 edição

7 Respostas

  1. Você resolveu uma coisa que estava atrasando meu post…a manobrabilidade por tipo de navio.

    Muito bom, cara!

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